Exibição de mini documentário produzido pelo Guaicuy movimenta artesãs de Morada Nova de Minas e estimula o artesanato e a cultura local
A história de Morada Nova de Minas e sua gente está intimamente ligada à criatividade de seu povo. Pessoas que vivem no município e nas comunidades do entorno têm a capacidade de se reinventar desde o represamento, na década de 60, quando o sertão mineiro foi invadido pelas águas para construção da represa de Três Marias.
Desde então, a comunidade, que vivia da agricultura e pecuária, adaptou sua vida às águas. Apesar do grande número de pessoas que deixaram a região depois de terem suas casas e sua produção de uma vida submersas, houve gente que insistiu em ficar. E o povo, mesmo sem reparação, lutou. Lutou e resistiu.
Parte dessa história é contada pelas artesãs de Morada Nova de Minas, município que foi novamente impactado em 2019 pelo rompimento da barragem da Vale. Através da tradição e de uma fortalecida rede, essas mulheres mantêm a Casa do Artesão, espaço onde produzem e comercializam artesanatos e demais itens, que guardam a memória e a cultura da cidade.
Pensando na importância e na tradição desse trabalho, o Instituto Guaicuy produziu e exibiu, em mais uma edição do Cine D’Água, o documentário ARTESÃS DE MORADA NOVA DE MINAS – HISTÓRIAS TECIDAS À MÃO. No documentário, as artesãs contam histórias e falam da importância de ensinar o ofício para as próximas gerações. Confira:
Maria Piedade Pereira da Cunha Ribeiro, atual presidente da Associação das Artesãs de Morada Nova de Minas, esteve presente no Cine D’Água e achou muito importante o documentário, porque “divulga o trabalho das artesãs de Morada Nova de Minas e serve também de incentivo para outras pessoas que queiram se associar e participar”, afirma. “Eu vi a felicidade nos olhos das pessoas que foram na exibição. Teve gente que deixou a barraca na praça para ir lá nos assistir. Foi muito bom”, finaliza a presidente.
As atividades do Cine D’Água têm como objetivo proporcionar uma experiência lúdica de autorreconhecimento das pessoas atingidas e de reconhecimento de comunidades vizinhas, pois auxiliam no processo de mobilização social, com abordagem alternativa aos formatos tradicionais, como as reuniões comunitárias e de comissões.
Bruno Lélis, da equipe de mobilização do Guaicuy, conta que a construção do documentário e sua exibição foi muito importante para o estreitamento de laços entre as artesãs, para dar visibilidade ao trabalho delas e para registrar o saber: o fazer artesanal. “O Cine D’Água é inovador e pode trazer muitos frutos para a comunidade, pois pode fortalecer a organização das artesãs e a identidade positiva de si e do que elas fazem, bem como mostrar a importância cultural desse grupo para o município”, avalia.
A exibição do documentário aconteceu na Casa de Cultura de Morada Nova de Minas no dia 28 de janeiro de 2023, e contou com a participação e apoio da Secretaria Municipal de Cultura.
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