Instituto Guaicuy

Em primeiras assembleias no território, pessoas atingidas tiram dúvidas sobre atuação do Gepsa

19 de outubro, 2023, por Laura Alice

No encontro, entidade responsável pelo cadastro das pessoas atingidas de Antônio Pereira e Plano de Reparação apresentou equipe fixa e o cronograma dos primeiros seis meses de trabalho

As pessoas atingidas pelas obras de descomissionamento da Barragem Doutor, em Antônio Pereira, aguardam desde 2020 – quando as obras tiveram início – soluções para os problemas com os quais convivem e relatam diuturnamente: poeira intensa, tráfego de caminhões pesados e rachaduras nas casa, problemas de saúde física e mental e remoções forçadas de famílias inteiras.

Representadas pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) no processo que vai apurar os danos sofridos, as pessoas atingidas aguardavam ansiosas a chegada do Grupo de Estudos e Pesquisas Socioambientais (GEPSA) no território. O GEPSA é o perito da juíza do processo, escolhido para realizar o cadastro, estudo socioeconômico, Matriz de Danos e o Plano de Reparação Integral. 

O plano de trabalho

Nas assembleias, realizadas nos dias 27, em Antônio Pereira, e 30 de setembro de 2023, em Ouro Preto, o GEPSA apresentou o que já foi executado desde sua contratação (13 de julho de 2023), e os próximos passos até fevereiro de 2024. As atividades desenvolvidas estão de acordo com o cronograma apresentado no Plano de Trabalho do grupo, que será aprovado pela juíza a cada 6 meses, com previsão total de 24 meses de trabalho. 

  • Julho/23: Início dos trabalhos do GEPSA;
  • Agosto: visita técnica preliminar, contratação da equipe de confiança;
  • Setembro: estruturação dos escritórios em andamento;
  • Outubro: contratação da primeira equipe e providências para instalação do escritório;
  • Novembro: elaboração dos instrumentos de cadastramento com a comunidade;
  • Dezembro: abertura de edital de seleção dos profissionais que atuarão no cadastramento das pessoas atingidas;
  • Janeiro/24: finalização dos instrumentos de cadastramento;
  • Fevereiro/24: contratação do pessoal do edital 2/2023 e início dos cadastramentos.

Profª Karine Gonçalves Carneiro, explicou a metodologia de trabalho que será aplicada na comunidade para levantamento de danos e construção dos instrumentos de coleta de informações sobre danos. Foto: Gabriel Nogueira/IG

As professoras Tatiana Ribeiro de Souza e Karine Gonçalves Carneiro, coordenadoras do GEPSA apresentaram a equipe fixa de trabalho, que conta com profissionais de áreas diversas, como direito, arquitetura, ciências agrárias, ciências sociais, e outras formações. Ainda de acordo com as coordenadoras, a primeira contratação foi para a composição da equipe que vai estruturar o trabalho, a “equipe fixa”, que já tem experiência com situações semelhantes às de Antônio Pereira: “trouxemos uma equipe com experiência por que sabemos que o tempo é crucial aqui (em Antônio Pereira), nós não temos tempo a perder.”

A segunda assembleia aconteceu na UFOP, em Ouro Preto, para as pessoas que foram removidas das Zonas de Autossalvamento (ZAS). Foto: Gabriel Nogueira/IG

Confira as principais dúvidas da comunidade respondidas pela entidade técnica:

O GEPSA já deu início aos trabalhos?

GEPSA: Sim. Estamos atuando desde o dia 13 de julho. Nesses três primeiros meses de atuação estavam previstos trabalhos de organização e infraestrutura, como contratação de pessoal, escritórios e abertura de edital de seleção.

O GEPSA terá escritório em Antônio Pereira?

GEPSA: Sim. Já estamos em fase de contratação do escritório de Antônio Pereira e negociação do espaço que sediará o escritório na Universidade Federal de Ouro Preto.  Lembramos que essa equipe fixa já está trabalhando de segunda a sexta, de 08 às 17h, em três prédios distintos.

Quando terão início os cadastros das pessoas atingidas?

GEPSA: O trabalho é feito em etapas. Em novembro vamos dar início ao desenvolvimento dos instrumentos de cadastro com as pessoas atingidas, através de um método chamado Diagnóstico Rápido Participativo, que conta com a participação das pessoas. Em janeiro está prevista a finalização dos instrumentos. Para fevereiro/2024 estão previstos a contratação e treinamento do pessoal que trabalhará o cadastramento e início dos cadastros. Precisamos dizer quem e quantas são as pessoas atingidas, quais são os danos que elas sofreram e quais medidas são necessárias para que essas pessoas sejam reparadas.

Como os danos psicológicos serão registrados?

GEPSA: Nos encontros previstos para novembro, é importante estar todo mundo para que nos ajudem a levantar as temáticas dos danos que foram sofridos. Em Gesteira (comunidade localizada no município de Barra Longa/MG) fizemos atividades lúdicas para reunir os saberes, por exemplo, pois promove a reflexão em grupo, o nome do método é Diagnóstico Rápido Participativo (DRP). A metodologia conta com participação popular e transformação social ao final do processo.

O Instituto Guaicuy, Assessoria Técnica Independente de todas as pessoas atingidas de Antônio Pereira, deixará a comunidade a par das atividades do GEPSA. Em caso de dúvidas, o Guaicuy pode ser acionado por WhatsApp ou ligação: (31) 97256-2131.

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