Pessoas atingidas pelo rompimento da barragem da Vale buscam o direito ao Programa de Transferência de Renda (PTR). Em várias situações e reuniões, as comunidades da Área 5 * estiveram presentes e cobraram para que o cadastramento das pessoas que não recebiam o Pagamento Emergencial comece o mais rápido possível.
Confira a seguir alguns dos momentos em que essas reivindicações foram feitas!
Lideranças das comunidades atingidas se reuniram em novembro de 2021 para tratar de questões relativas ao processo de reparação, dentre elas o Programa de Transferência de Renda (PTR).
Na ocasião foram escritas cartas endereçadas ao Comitê Pró Brumadinho que evidenciaram a demora no reconhecimento da região enquanto atingida. Além de trazer os problemas enfrentados pelas pessoas das comunidades e a necessidade de medidas emergenciais, reparadoras e mitigatórias, que é o caso do PTR.
O encontro de lideranças ocorreu em Abaeté, Felixlândia, Morada Nova de Minas e Três Marias. O objetivo do evento era refletir sobre a lógica predatória e lucrativa no contexto da mineração e reforçar a importância da organização coletiva.
Lideranças participaram de um momento de formação sobre direitos das pessoas atingidas por crimes da mineração e discutiram objetivamente os impactos do pós rompimento nas comunidades da região.
O momento também foi importante para que as diferentes comunidades pudessem trocar experiências e afinar as pautas de reivindicações coletivas, a partir de suas vivências e necessidades advindas dos impactos do rompimento.
No mês de março de 2022, as comunidades reforçaram a cobrança a respeito do início do cadastramento imediato na região a partir de ofício enviado à Fundação Getúlio Vargas (instituição responsável pela gestão do programa desde novembro de 2021).
No ofício são mencionados danos como a desvalorização dos imóveis, perda de renda e de oportunidades de lazer. Além de reforçar que as pessoas atingidas da Área 5 não foram contempladas no Pagamento Emergencial e, portanto, não receberam – até o presente momento – nenhum valor.
Nilceia Ferreira de Souza, moradora do povoado de Vau das Flores (Morada Nova de Minas – MG), conta que as pessoas estão passando por um “desconforto financeiro” por terem perdido a renda da venda do pescado em função da má fama dos peixes (estigma da contaminação). “É muito importante que a FGV comece o cadastro do PTR também aqui na Área 5, porque a renda que tínhamos, da maioria do povo do Vau, por exemplo, era dos peixes, e hoje a gente não tem mais”, afirma.
Até o momento da publicação desta notícia, o ofício ainda não havia sido respondido pela FGV.
*Área 5 compreende as comunidades dos municípios de Abaeté, Biquinhas, Felixlândia, Martinho Campos, Morada Nova de Minas, Paineiras, São Gonçalo do Abaeté e Três Marias.
Para entrar em contato com a Fundação Getúlio Vargas e saber mais informações a respeito do cadastramento no PTR, ligue para o 0800 032 8022 ou acesse: https://www18.fgv.br/ptr/
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