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Durante os 5 encontros realizados este ano, foram abordadas diversas temáticas que envolveram arte, debates sobre modos de vida, luta por reparação, importância de cultivar a terra, saúde, segurança alimentar e nutricional
A equipe do Guaicuy na Assessoria Técnica Independente (ATI) do distrito de Antônio Pereira, em Ouro Preto/MG, e os agricultores urbanos atingidos pelas obras da Barragem Doutor, da Vale, realizaram o último encontro do grupo temático Quintais Produtivos.
A atividade, embalada por música, caminhada de reconhecimento de plantas medicinais e comestíveis, partilha de alimentos e saberes, aconteceu dia 23 de novembro, na propriedade do sr. Modesto de Oliveira, localizada no distrito.
Foto: Roger Conrado/Instituto Guaicuy
Foto: Roger Conrado/Instituto Guaicuy
Apesar da chuva que caía no dia, os participantes mais entusiasmados do GT Quintais não desanimaram e participaram da atividade de procurar por plantas que curam e plantas que alimentam. Após a coleta, as folhas, flores e frutos encontrados foram organizados em uma pequena exposição para catalogação e uma roda de conversa sobre a utilidade de cada uma delas.
Para esse encontro do GT Quintais, além dos moradores de Antônio Pereira, foram convidadas duas mulheres que têm muito a dizer sobre o cuidado com a terra e conhecimentos ancestrais. Uma delas é a agrônoma Amanda Corrado, moradora de Ouro Preto/MG e integrante da Associação Saberes do Território. “É importante pra mim estar com vocês, muito obrigada pela acolhida. É importante valorizar nossos quintais e nossos saberes. Assim, a gente vai passando e recebendo conhecimento”, frisou Amanda.
Amanda Corrado Foto: Roger Conrado/Instituto Guaicuy
A segunda convidada veio de Diamantina/MG, é portadora da sabedoria popular do ramo da poesia e da produção de alimentos. Além de cozinheira, Lucília Ribeiro, mais conhecida como dona Meninona, nasceu e cresceu na roça, então sabe identificar bem os ciclos da agricultura, também foi tropeira e, com isso, se tornou referência em conhecimentos sobre a Estrada Real. “Eu, com meus pais, fui criada na roça. A gente plantava de tudo. A minha mãe e o meu pai foram tropeiros, eu também fui tropeira. O que a gente plantava, a gente colhia. Tinha muita fartura de banana, mandioca, milho. Nossa! Tinha uma fartura de coisas”, lembra dona Meninona.
Dona Meninona Foto: Roger Conrado/Instituto Guaicuy
Ao longo de 2024, as agricultoras e os agricultores urbanos, junto com a equipe do Guaicuy, realizaram 5 encontros. Cada um deles ganhou um tema, além de contar com as atividades de integração com as crianças, intercâmbios, oficinas e conversas sobre os danos sofridos, em decorrência do risco de rompimento e obras de descaracterização da Barragem Doutor, da mineradora Vale.
Quem fala sobre o poder revigorante do GT é Luana Freitas, analista na ATI Antônio Pereira: “Os quintais vêm com essa força, com essa potência. De fazer pessoas saírem na chuva pra se encontrar aqui, mostrar que tem muita gente com vontade de manter essa prática tradicional que não deve ser ameaçada, que deve ser protegida, incentivada e reparada de forma justa. Foram encontros onde nós abordamos diversas temáticas envolvidas na arte, no modo de vida, de cultivar terra. Falamos também da alimentação saudável e seu impacto na saúde mental e do corpo. As pessoas puderam trazer produtos que elas mesmas produziram e fizemos uma grande mesa da partilha. Então, foi muito rico, foi muita diversidade de assuntos. São pessoas interessantíssimas, que têm um conhecimento incrível e têm muito ainda a se trabalhar, a se conhecer e a se aprender”, destacou Luana.
Luana Freitas, analista da ATI, e Roberta Cruz, moradora de Antônio Pereira Foto: Roger Conrado/Instituto Guaicuy
Mais que troca de conhecimento, o GT Quintais Produtivos promoveu fortalecimento dos laços comunitários e uniu forças na luta por reparação e contra os danos causados pela mineração predatória no território. Para as crianças e adolescentes, o grupo se apresentou como um espaço onde todos pudessem participar ativamente.
Desde a ciranda até os momentos de integração com os demais participantes, as crianças mostraram que um futuro em harmonia com a natureza é possível. E o fechamento do último encontro do GT não poderia ter sido mais especial: as crianças cantaram, falaram sobre as sementes plantadas nos corações de todos que ajudaram a construir o grupo e presentearam os adultos com um colar feito de sementes, barbante e tecido, carinhosamente pensado por Camila Freitas, analista da equipe de Direitos e Participação Social da ATI.
Foto: Roger Conrado/Instituto Guaicuy
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Por Mariana Viana
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