Com o apoio do Guaicuy, Dia D da saúde leva atendimentos presenciais para moradores de Cachoeira do Choro, comunidade de Curvelo
A diferença de acesso entre quem vive em áreas urbanas e rurais é nítida e gera uma série de problemas à população, principalmente em relação à saúde. Por isso, a Associação Comunitária de Cachoeira do Choro se mobilizou para organizar, com o apoio do Instituto Guaicuy, da Secretaria Municipal de Saúde de Curvelo e do Conselho Municipal de Saúde de Curvelo, o primeiro “Dia D da Saúde”. Assim, no último sábado, dia 24 de setembro, aconteceu na comunidade um mutirão com vacinação, medição de glicose, pressão e rodas de conversa.
A Constituição Federal assegura que a saúde é direito de todos. É dever do Estado garantir, por meio de políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos, o acesso a ações e serviços para promoção, proteção e recuperação da saúde.
Entretanto, essa não é a realidade de muitos brasileiros e brasileiras. Adelino José, 67, morador de Cachoeira do Choro, lamenta: “para ir ao médico tem que ter dinheiro para pagar o carro para ir lá, se não tiver dinheiro, vai morrer aqui. É muito difícil. Se viesse um médico aqui, pelo menos uma vez por mês, já ajudava”.
Quem mora em localidades mais afastadas dos centros urbanos tem mais custos relacionados à infraestrutura, como maior distância e dificuldade de acesso aos serviços públicos. Isso afeta o nível de bem-estar individual e da população.
Diante de uma preocupação coletiva, representantes da comunidade entraram em contato com o Conselho Municipal de Saúde e pediram o apoio do Guaicuy para fazer o “Dia D da Saúde” acontecer. “A gente quer com esse primeiro evento, abrir as portas para outros e para melhorias para a comunidade. Queremos que os órgãos públicos tenham uma visão melhor da situação”, destaca Ester Pereira, presidente da Associação Comunitária.
O Guaicuy, enquanto Assessoria Técnica Independente, registra relatos dos danos que o rompimento da barragem da Vale trouxe à saúde das pessoas atingidas, como o de Adelino: “Mudou muita coisa depois que rompeu a barragem, muita coisa para pior. Agora virou um deserto, não tem mais um lazer. Não tem nada de bom. A saúde não tá muito legal também. A mente também não ficou muito boa, tá meio embaralhada, meio vacilada, porque você olha daqui é uma dificuldade, olha dali e é outra dificuldade, e você não fica com a mente boa”.
Além de auxiliar na estrutura do evento, o Instituto foi responsável por uma roda de conversa sobre saúde mental. Vanessa Lopes, psicóloga da equipe de Saúde e Assistência Social do Guaicuy, conduziu o momento.
“A reflexão proposta é do que propicia a saúde mental para cada um e o que a comunidade pode pensar e construir para trazer qualidade de vida. É uma luta pelo coletivo, pelo social. A saúde mental está ligada à saúde integral como um todo, a muitas outras políticas e ao que essa comunidade pode construir com o nosso apoio, como esse encontro”, destaca Vanessa.
As atividades aconteceram durante o dia e contaram com a participação de diversas pessoas de Cachoeira do Choro.
Quer saber mais sobre as questões de saúde das pessoas atingidas? Leia também a 2ª edição do Boletim preparado pelo Guaicuy.
Veja mais fotos do Dia D DA Saúde:
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