Entre os meses de setembro e outubro deste ano, as equipes das coordenações de Pesquisas Ambientais e Extensão Técnica do Instituto Guaicuy realizaram atividades presenciais junto às pessoas atingidas das regiões 4 (Pompéu e Curvelo) e 5 (entorno da represa de Três Marias e comunidades do São Francisco localizadas nos municípios de Três Marias e São Gonçalo do Abaeté) sobre os resultados das análises laboratoriais dos peixes.
O objetivo dos encontros foi dialogar junto às pessoas atingidas sobre os resultados e explicar as ações do Guaicuy. Os peixes analisados foram capturados em 43 pontos, distribuídos ao longo da Represa de Três Marias e nos rios Paraopeba (trecho entre Pompéu e Curvelo) e São Francisco (trecho entre Três Marias e São Gonçalo do Abaeté).
Ao mesmo tempo, as atividades nas comunidades tiveram como proposta dar continuidade ao diálogo sobre o tema, iniciado no 5º Fórum Regional das Pessoas e Comunidades Atingidas, ocorrido de forma virtual nos dias 27 e 28 de setembro. As atividades presenciais foram realizadas em diversos formatos, incluindo visitas domiciliares, acolhimentos, plantões e reuniões comunitárias, construídas em parceria com as equipes de campo de cada regional.
Após o 5º Fórum Regional, realizado de forma virtual, o Guaicuy estruturou encontros presenciais para diálogo mais aproximado com as pessoas atingidas. As devolutivas ainda seguem nas regiões 4 e 5 e, para isso, são realizados atendimentos especializados, reuniões comunitárias específicas sobre a temática das análises dos peixes, visitas domiciliares e plantões.
Até o momento, foram realizados 62 encontros presenciais, que alcançaram mais de 680 pessoas. Somente na região 5, foram 51 atividades em 36 comunidades, com o atendimento direto a mais de 360 pessoas. Na região 4, foram 9 encontros em 9 comunidades, com assistência a 83 pessoas. Há, ainda, outras atividades que serão executadas em novembro, encerrando o ciclo emergencial sobre as análises dos peixes.
Os encontros presenciais são momentos importantes para a construção de um diálogo direto e mais próximo com as pessoas e grupos atingidos, sobretudo nas localidades que não possuem acesso à internet e, por isso, não conseguem acessar as reuniões online, como explica Gabriel Dayer, da equipe de Extensão Técnica do Guaicuy: “É direito das pessoas atingidas o acesso às informações sobre a qualidade ambiental de seus territórios, particularmente aquelas relativas aos recursos hídricos e pesqueiros. Por isso, a realização de momentos presenciais e o diálogo mais próximo com as pessoas atingidas são instrumentos que possibilitam a participação informada e consciente no processo de reparação”.
Confira a galeria de fotos:
Com os resultados de análises ambientais em mãos, as pessoas atingidas podem solicitar que os órgãos responsáveis tomem as medidas cabíveis e forneçam orientações quanto à segurança do consumo dos peixes.
Orientações do Guaicuy diante dos resultados das análises dos peixes
É importante lembrar que, legalmente, o Instituto Guaicuy não pode recomendar ou não o consumo dos peixes. Diante disso, os resultados obtidos foram protocolados oficialmente e também apresentados ao Ministério Público, Defensoria Pública, Comitê Pró-Brumadinho e Secretaria do Estado de Meio Ambiente.
Por isso, o recomendado é que sejam realizados estudos de avaliação de riscos à saúde, análise dos elementos químicos nas principais espécies de peixes consumidas pela população, e a divulgação dos resultados de análises em peixes feitas por diferentes instituições, como o Comitê Técnico Científico (UFMG) e a mineradora Vale para que as devidas medidas de reparação e orientação às pessoas atingidas sejam tomadas.
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