Na última semana do mês de maio de 2022, o Instituto Guaicuy iniciará uma pesquisa para identificar os Povos e Comunidades Tradicionais (PCTs) e Povos de Religião Ancestral de Matriz Africana das regiões assessoradas pelo Guaicuy no baixo Paraopeba e região do Lago de Três Marias. O objetivo é compreender de que maneira o rompimento da barragem de Brumadinho (MG) impactou o modo de vida dos indígenas, quilombolas, ribeirinhos, e demais comunidades tradicionais.
Os povos e comunidades tradicionais são grupos caracterizados por modos de vida diferenciados e que se reconhecem como tal. Em geral, se utilizam dos recursos naturais para suas práticas culturais, religiosas e sociais com base em conhecimentos tradicionais, passados de geração a geração.
Até o ano de 2022, foram reconhecidas no Brasil 28 categorias identitárias de povos e comunidades tradicionais. São eles: povos indígenas, comunidades quilombolas, povos e comunidades de terreiro/ povos e comunidades de matriz africana, povos ciganos, pescadores artesanais, extrativistas, extrativistas costeiros e marinhos, caiçaras, faxinalenses, benzedeiros, ilhéus, raizeiros, geraizeiros, caatingueiros, vazanteiros, veredeiros, apanhadores de flores sempre-vivas, pantaneiros, morroquianos, povo pomerano, catadores de mangaba, quebradeiras de coco babaçu, retireiros do Araguaia, comunidades de fundo e fecho de pasto, ribeirinhos, cipozeiros, andirobeiros e caboclos.
A pesquisa será realizada por meio do diálogo com algumas pessoas da comunidade que estejam disponíveis para participar de encontros presenciais em sua localidade. Portanto, a pesquisa não será realizada com todas as pessoas da comunidade. Os encontros nas comunidades serão anunciados e agendados previamente, e sempre que possível contarão com a presença dos técnicos do Instituto Guaicuy.
O trabalho será realizado em parceria com a consultoria Cultura, Meio Ambiente e Patrimônio (CAMPO), especializada em levantamento de danos materiais e imateriais de Povos e Comunidades Tradicionais (PCTs). A consultoria irá circular pelos territórios sob a orientação dos analistas do Instituto Guaicuy.
Segundo Gabriela Fernandez, coordenadora do setor de Pesquisa em Ciências Sociais e responsável pela condução da pesquisa, “o estudo pretende desinvisibilizar estas populações e demonstrar como o rompimento e seus efeitos nocivos têm colocado em risco o conhecimento e a vivência tradicional, que são de extrema importância para manutenção e reprodução da vida material e simbólica de diversos seres”. Explica, ressaltando a importância da identificação dos danos dessas comunidades.
Veja mais sobre a realização da pesquisa no vídeo a seguir
Quais são os povos e comunidades tradicionais já identificados nas regiões 04 e 05?
Nas regiões 04 e 05, já foram previamente identificados alguns destes grupos que serão prioritários para a pesquisa: povos indígenas, comunidades quilombolas, pescadores artesanais, ribeirinhos, povos e comunidades de terreiro e povos e comunidades de religião ancestral de matriz africana.
Pesquisa x Reparação
A caracterização socioantropológica e o levantamento dos danos específicos destes Povos e Comunidades Tradicionais e Povos de Religião Ancestral de Matriz Africana auxiliarão o Instituto Guaicuy a fundamentar a Matriz de Danos, e assim apoiar as comunidades atingidas na continuidade da luta por uma reparação justa e integral.
Ficou alguma dúvida sobre a pesquisa? Ligue ou mande uma mensagem para o Instituto Guaicuy: o telefone/whatsapp é (31)97102-5001.
Seguimos junto das comunidades e povos tradicionais na luta pela reparação justa e integral!
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