Nos últimos meses, o Brasil tem visto uma explosão nos casos de dengue. Mais do que um ciclo natural da doença — que normalmente tem mais casos no período chuvoso — especialistas indicam que, nesse ano, o que estamos vendo pode estar relacionado com as mudanças climáticas, o desmatamento e a degradação ambiental. Isso, porque áreas verdes com manejo adequado do lixo e sem água parada são menos atrativas para o Aedes Aegypti, o mosquito que transmite a doença.
Uma pesquisa do Instituto Guaicuy identificou que, em 2019 (ano do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho), houve um aumento na incidência da doença no território atingido do Baixo Paraopeba e do entorno da Represa de Três Marias, em relação ao ano de 2018. O problema foi identificado em quase todas as comunidades assessoradas pelo Guaicuy nas Regiões 4 e 5. Em Felixlândia, por exemplo, o aumento foi de 2.239% e em São Gonçalo do Abaeté, de 1.887%.
“Os desastres-crimes ambientais, como o rompimento de barragem, favorecem o aumento dessas doenças, pois provocam uma série de alterações ambientais, como a contaminação de rios e fontes de água e no ciclo de vida de animais, assim como alteração no modo de vida das pessoas e também impactos nos serviços de saúde”, explica Isabela Caiafa, supervisora do Guaicuy, que participou do estudo.
Além disso, a pesquisadora também explica que, com a proibição do uso da água do Rio Paraopeba, aumentou o armazenamento de água em caixas e tambores. “Se não estiverem tampados e lavados adequadamente, podem se tornar locais propícios para a proliferação do mosquito”, diz
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