O Guaicuy foi criado em 2000 por gente que carrega consigo o repertório acumulado pelas décadas de trabalho do Projeto Manuelzão (UFMG), como professores, pesquisadores e ativistas sociais. Confira a linha do tempo com os principais marcos do Projeto Manuelzão e do Instituto.
A iniciativa foi de um grupo de professores da Faculdade de Medicina da UFMG, a partir da percepção de que a saúde não deve ser apenas uma questão médica, mas também socioambiental. O objetivo é trazer os peixes de volta ao rio, como indicadores de saúde e qualidade de vida.
O Instituto Guaicuy teve participação, em formato de convênio, nesse projeto da prefeitura de BH voltado para revitalização de rios e retirada de famílias em áreas de risco de fundos de vale, além de recuperação de cursos d’água com parques lineares.
Em junho de 2001 o Guaicuy foi oficializado para representação político-social e jurídica, com objetivo de facilitar a participação em conselhos e outras instâncias de participação e deliberação popular.
Inicialmente chamados de “comitês”, os Núcleos Manuelzão estão no DNA no Instituto Guaicuy. A metodologia de participação e empoderamento popular das bases está presente em diversas ações e projetos do Instituto.
Início do projeto de educação ambiental em parceria com escolas públicas de Minas Gerais. As ações e projetos concebidos e implementados nas comunidades escolares sempre fomentaram a transdisciplinaridade e o ensino-aprendizagem contextualizado e interativo. Os fundamentos para a construção da metodologia desses trabalhos tiveram como guia a integração entre estudante e ambiente natural e a comunidade corresponsável e proativa.
Foram percorridos os 804 km do Rio das Velhas, da nascente, em Ouro Preto, à foz, em Barra do Guaicuí, em 29 dias. A expedição permitiu um importante diagnóstico da condição do rio e da necessidade de sua revitalização. Em cada parada, a Expedição foi recebida pelas comunidades locais, escolas e membros dos Núcleos Manuelzão.
A partir de discussões e análises ocorridas na Expedição, o Projeto Manuelzão deu vida à Meta 2010: navegar, nadar e pescar no Rio das Velhas, sobretudo no trecho da Região Metropolitana de Belo Horizonte. No ano seguinte, o governo de Minas assumiu um compromisso com a Meta e a oficializou como um de seus projetos estruturadores.
Adentrando a agenda Cultura, o Projeto passou a celebrar a cultura do Velhas com a participação de artistas vindos de várias regiões da bacia hidrográfica.
Articulação social pela implantação do Sistema de Unidades de Conservação no Vetor Norte, em contrapartida ao aeroporto da Linha Verde e ao Centro Administrativo, visando a diminuição do impacto do desenvolvimento econômico.
De maio a junho de 2009 ocorreu uma nova grande edição da Expedição pelo Velhas. Diferentemente da primeira, que tinha seu foco no rio, essa última buscava salientar a relação da população ribeirinha com o território em que vive.
Em agosto de 2010, o projeto celebrou o alcance de cerca de 60% dos objetivos da Meta 2010 com um mergulho no Rio das Velhas, na altura do município de Santo Hipólito. Participaram do evento autoridades municipais e estaduais e ali foi lançada a Meta 2014 — consolidar a volta dos peixes e nadar no Rio das Velhas, no trecho da RMBH, em 2014.
Início da atuação político-social do Guaicuy para a aprovação da lei Mar de Lama Nunca Mais.
Entre os meses de maio e junho, a Expedição realizada pelo Projeto Manuelzão e CBH Rio das Velhas percorreu 107 km do rio e chamou a atenção por onde passou para a crítica situação do manancial. Apesar de imagens que preocuparam os canoístas, paisagens também alegraram o percurso e fizeram repensar o Rio das Velhas para revitalizá-lo.
Com o segundo grande desastre-crime de rompimento de barragem em Minas Gerais, o Guaicuy intensificou seu envolvimento político e social com a questão. Foi parte ativa do Gabinete de Crise, criado logo após o desastre para acompanhar as ações e, no segundo semestre do ano, foi eleito como uma das Assessorias Técnicas Independentes que atuariam com as pessoas atingidas.
Após a liberação dos recursos, o Instituto iniciou os trabalhos da ATI Paraopeba em maio de 2020, com o primeiro edital de contratação de equipe e início de compra dos equipamentos necessários para os trabalhos.
Em 2021, o Guaicuy foi escolhido pela população de Antônio Pereira (Ouro Preto) como Assessoria Técnica Independente no processo de descomissionamento da Barragem Doutor, operada pela Vale. Após diversos imbróglios judiciais, o trabalho pôde ser oficialmente iniciado em 2023 com ações de acolhimento e orientação à comunidade.