2023 foi o ano mais quente já registrado no planeta Terra, e a previsão é que continuemos esquentando. Neste inverno, em que as temperaturas máximas têm passado dos 30ºC, Minas Gerais encara uma seca severa, com o período de estiagem prolongado, e agravada por numerosos focos de incêndio no estado. 137 municípios mineiros já decretaram situação de emergência, o que indica danos iminentes à saúde e aos serviços públicos, em razão da seca.
Nos últimos dias, várias áreas de conservação de Minas Gerais foram degradadas por incêndios que ameaçam a biodiversidade local e cobrem as cidades próximas de fumaça, prejudicando a qualidade do ar e multiplicando os problemas de saúde entre a população. O mais devastador deles, no Parque Nacional da Serra do Cipó, levou quatro dias para ser controlado, e a estimativa da área devastada é de 8.500 hectares (25% da área de Belo Horizonte). Brigadistas voluntários acreditam que a origem do incêndio pode ser criminosa.
Em todo o Brasil, são dezenas de municípios há mais de 100 dias sem chuva – em Belo Horizonte, são 125. No Norte, a situação é considerada crítica pela Agência Nacional de Águas e Saneamento (ANA), e a falta de chuva na região da Amazônia impacta o ciclo da água em todo o país, agravando inclusive as condições enfrentadas pelo povo mineiro. O Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) sinalizou alertas sobre a baixa umidade do ar em grande parte do país, sendo que na região central os níveis estão variando entre 12 e 20% – a Organização Mundial de Saúde (OMS) considera saudável entre 50 e 60%.
A situação potencializa o alerta permanente sobre a crise climática. Enquanto o inverno seco é uma característica do clima da região, que com frequência apresenta desafios à população, Minas Gerais foi o estado que mais esquentou em 2023. Aliado às temperaturas acima do normal, o fenômeno El Niño também contribuiu para chuvas abaixo da média no período de outubro a março, quando ocorrem cerca de 80% das precipitações do ano.
Durante esses períodos, é fundamental cuidarmos de nós e dos outros tomando as medidas que estão ao nosso alcance, como manter a hidratação em dia. Além disso, atentar para os animais de casa também sempre terem água fresca disponível, aumentar a frequência de rega das plantas e usar umidificadores de ar (um balde com água no ambiente também pode cumprir essa função).
Imagem: Pedro Lavigne/Guaicuy.
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