A 6ª edição do Boletim de Saúde, elaborada pela equipe de Saúde e Assistência Social do Instituto Guaicuy, foi publicada com informações sobre saúde para as pessoas atingidas.
A dengue, zika e chikungunya são velhas conhecidas do povo brasileiro. Essas doenças são transmitidas pelo Aedes Aegypti, um pequeno mosquito que causa um grande impacto na saúde pública. Mesmo com os cuidados que boa parte da população toma para evitar a proliferação das doenças, como não deixar água parada, por exemplo, esse mosquito é de difícil controle, ainda mais em regiões com o clima tropical.
Além disso, os desastre-crimes ambientais, como o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, em 2019, contribuem para o aumento dessas enfermidades. Isso ocorre porque o impacto no meio ambiente, sobretudo nas águas, altera o ciclo de vida dos animais e dos modos de vida das pessoas atingidas, aumentando os casos da doença e a busca por serviços de saúde.
Na Pesquisa Saúde, realizada pela equipe de Saúde e Assistência Social do Instituto Guaicuy, foi identificado por meio do Sistema de Informação de Agravos de Notificação do Ministério da Saúde, um aumento na notificação de casos de dengue em todas os municípios atendidos pelo Guaicuy, com destaque para os municípios de Curvelo, que teve um aumento de 2.248%, Felixlândia, que aumentou os casos em 2.239% e São Gonçalo do Abaeté, que notificou um acréscimo de 1.887%, quando comparados os dados de 2018 e 2019.
A zika, por sua vez, também teve aumento nos casos notificados, ao olhar os números de 2019 em comparação com os de 2018. Curvelo novamente aparece em destaque, com um aumento expressivo de 1.391%. O levantamento ainda aponta que em 2018 nenhum município da Região 5 tenha registrado casos de zika. Já em 2019, houve notificações em Martinho Campos e São Gonçalo do Abaeté.
Por fim, em relação à chikungunya também houve aumento de casos em 2019, quando comparado a 2018. Abaeté, por exemplo, apresentou um aumento de 599%, enquanto que em Morada Nova de Minas não houve notificação em 2018, mas casos de chikungunya foram relatados em 2019.
É importante lembrar que a dificuldade de acesso aos serviços de saúde pode influenciar para que haja subnotificação de casos. Ou seja, pode ser que mais gente tenha ficado doente e esses casos não tenham sido registrados. Vale destacar também que não é possível afirmar, a partir desse levantamento realizado pelo Guaicuy, que o aumento de casos tenha a ver com o rompimento. Contudo, alinhados a outras pesquisas e estudos, esses dados poderão dar suporte às pessoas atingidas na luta para uma reparação justa e integral.
A forma mais eficaz de combater a multiplicação do Aedes Aegypti, mosquito transmissor dessas doenças, é cuidar para não deixar água parada em casa, tampando e lavando adequadamente caixas d’água e recipientes para guardar água. Também há os cuidados básicos e pessoais, como passar repelente e utilizar telas e mosquiteiros na sua casa, para evitar a picada do mosquito.
Ao sentir algum dos sintomas, como febre, dores de cabeça e nas articulações, é importante buscar o serviço de saúde mais próximo para diagnóstico e tratamento adequado, a fim de evitar a evolução da doença.
Por fim, procure o acolhimento psicossocial do Instituto Guaicuy, que irá dialogar e registrar o caso, que poderá servir de informações para o processo de reparação.
Confira aqui o boletim de saúde Nº6 (sobre dengue, zika ou chikungunya) na íntegra!
Quer saber mais? Confira também as edições anteriores do boletim saúde:
Boletim Nº1: Alterações na pele
Boletim Nº2: Alterações na saúde mental
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