Sempre defendemos a diversidade socioambiental e cultural. E não podemos naturalizar nenhuma forma de racismo que permeia nossa sociedade, especialmente por parte do Estado.
Nos últimos dias, assistimos a imagens que tem se tornado constantes nas redes e noticiários: registros de racismo e violência da polícia militar. A vítima, cujo pescoço foi pisado pelo policial, é uma mulher, negra, de 51 anos. Embora o compartilhamento dos vídeos seja cada vez mais constante, essas agressões já fazem parte do cotidiano da população negra no Brasil. A mulher, que foi filmada por moradores do bairro Parelheiros, zona Sul de São Paulo, foi atendida pelo hospital com ferimentos no rosto e nas costas e com a perna quebrada.
A violência brutal aconteceu na tarde de 30 de maio, mas veio à tona recentemente em reportagem exibida pelo programa Fantástico, da TV Globo, no domingo (12) . A vítima era dona de um bar e foi covardemente agredida ao tentar defender um amigo, que foi dominado pela PM e estava imobilizado no chão. Ela conta que pediu para que o policial parasse de bater no homem, que já estava desfalecido e havia sido agredido com joelhadas no rosto.
A cena é mais um símbolo do racismo institucional praticado pelo Estado brasileiro e que permeia nossa sociedade. O caso está longe de ser pontual. O racismo e o genocídio da população negra é sistemático e cotidiano. Apenas entre janeiro e maio deste ano a Polícia Militar de São Paulo matou 442 pessoas, maior número registrado nos últimos 20 anos.
A Coalizão Negra por Direitos ingressou com representação contra Polícia Militar de São Paulo e o Governador João Doria exigindo providências ao caso. É essencial que o poder público deixe de fechar os olhos em casos como esse. Precisamos ser ainda mais incisivos na responsabilização das atitudes racistas cometidas por agentes públicos responsáveis por nossa segurança.
14 de julho de 2020
Projeto Manuelzão
e Instituto Guaicuy
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