Instituto Guaicuy

4º Fórum Regional de Pompéu e Curvelo aborda os temas DFIPA e Cartografia Social

1 de setembro, 2022, por Guaicuy

Guaicuy apresentou os resultados do Diagnóstico Familiar e Individual sobre Perdas das Pessoas Atingidas (DFIPA) e da Cartografia Social com pescadoras e pescadores. O encontro promoveu discussões sobre os danos sofridos e a reparação.

Na última terça-feira (30), aconteceu a quarta edição do Fórum Regional das pessoas e comunidades atingidas da região 4 (Pompéu e Curvelo). Após as devolutivas feitas sobre o Dossiê de Danos; Análises de Águas, Sedimentos e Solos; o Sistema de Participação e o Produto C; foi a vez de falar sobre a Cartografia Social e Pesquisa Domiciliar.

O evento, que foi virtual, contou também com uma transmissão coletiva e presencial na comunidade de Cachoeira do Choro, no espaço da Nilda, para pessoas que não têm acesso à internet. De acordo com Pedro Aguiar, Assessor de Comunidades e Indivíduos do Guaicuy, o encontro virtual é importante para “encurtar as distâncias e manter um diálogo, entendendo as demandas das pessoas atingidas por informações”.

DFIPA 

No encontro, que teve duas horas de duração, a equipe de Ciências Sociais do Guaicuy falou sobre o Diagnóstico Familiar e Individual sobre Perda das Pessoas Atingidas – DFIPA, realizado nos municípios de Pompéu e Curvelo e demais comunidades assessoradas e que foi realizado em dois momentos,  o primeiro entre os meses de outubro a novembro de 2020 e o segundo, nos meses de maio a junho de 2021.

A pesquisa, que é um instrumento de caracterização das comunidades e mapeamento dos danos sofridos em função do rompimento, aproxima o Guaicuy das pessoas atingidas e possibilita a construção de um “retrato” das comunidades. Mais de 1800 pessoas foram entrevistadas.

Michelle de Paula Santos, analista sênior da equipe de Ciências Sociais do Instituto Guaicuy, conta que o estudo é uma forma de garantir a participação ativa das pessoas atingidas. “Esse é um instrumento que o Guaicuy usa para conseguir fazer uma caracterização das comunidades e um mapeamento dos danos que elas sofreram”, explica a analista. 

forum regional

O diagnóstico identifica e registra dados sobre a população, características sociais, econômicas, culturais e de relação com o meio ambiente. Resultados apresentados no Fórum apontam que, após o rompimento, houve queda no rendimento médio mensal dos domicílios, especialmente na atividade da pesca.

Cartografia Social

A oficina de cartografia social é uma das metodologias utilizadas pelo Guaicuy para estimular as pessoas atingidas a refletirem sobre seus espaços, seu modo de vida, trabalho e sua comunidade através de mapas elaborados coletivamente. 

Os mapas são construídos pelas pessoas atingidas a partir das suas experiências de vida e dos seus sentimentos, explica Raissa Santos, da equipe de Ciências Agrárias do Instituto Guaicuy. “Foi isso que o Guaicuy foi fazer nas comunidades: conversar sobre a vida e o impacto do rompimento para essas pessoas, ouvindo o que mudou na vida delas”, declara.

Foram apresentados alguns dos danos levantados, dentre eles estão: os danos à natureza e à relação com o meio ambiente; danos à renda e fonte de renda; perda e depreciação imobiliária; perda de lazer; insegurança alimentar e nutricional; danos ao projeto de vida. 

Confira aqui os boletins sobre cartografia com pescadoras e pescadores

Nilda, atingida em Cachoeira do Choro, participou da cartografia social e lamenta:  “perdemos tudo, o rio é a vida de muita gente aqui”. José João, também da Cachoeira do Choro, também explicou que “a pesca acabou, quando consegue pegar um pouquinho de peixe não aparece ninguém para comprar”.

As oficinas foram realizadas com pescadoras e pescadores, que puderam demonstrar as dinâmicas sociais, o trabalho com a pesca e apontar os prejuízos sofridos após o rompimento. Os resultados, que apontam danos intensos à cadeia da pesca, deram origem aos boletins sobre o tema, que serão divulgados para as comunidades a partir de setembro.

O espaço também foi aberto para as pessoas atingidas compartilharem relatos e tirarem dúvidas. Ao final, Pedro Aguiar reforçou a importância do Fórum como uma importante forma de socialização  das questões de  cada comunidade. 

Assista na íntegra a 4ª edição do Fórum das comunidades de Pompéu e Curvelo: 

https://www.youtube.com/watch?v=q1BVs13ScqY&feature=youtu.be

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