Mestre Tinga das Gerais é ator, cantor, compositor e poeta. Tinga é água, alma, ser-tão. Tem rio que corre nas veias e palavras que navegam profundo na gente.
Após o rompimento da barragem da Vale, que atingiu comunidades de Brumadinho a Três Marias, há 21 meses, uma dessas veias de Tinga se rompeu. “A água que passava límpida e soberana, [agora] passa triste…”.
Em entrevista à equipe de Comunicação do Guaicuy, Tinga conta como o desastre da mineradora comprometeu a vida em Três Marias, adentrou cada afluente do dia a dia, comprometendo até as lendas locais, “a prosa do caboclo”, o bolso dos artistas e das pessoas cuja renda dependia do rio. Segundo ele, a possibilidade de contaminação da água afastou turistas e afetou a economia local. Tinga diz que outros “rompimentos” seguem ocorrendo desde o colapso da barragem.
Ele faz um chamado para que todos nós, guerreiras e guerreiros das águas, sigamos lutando e remando contra as correntezas, pelo reencontro com as nossas naturezas. Por uma vida digna e justa para todas as pessoas, em harmonia com o ambiente; pela reparação integral dos prejuízos de quem teve a vida alterada pelo desastre.
Texto: Fernanda Brescia; Vídeo: Bernardo Vaz, Daniela Paoliello, Fernanda Brescia, Leo Souza e equipe de Comunicação do Instituto Guaicuy
Emergencial é prorrogado por um mês e negociações sobre suporte econômico continuam.
Pessoas atingidas cobram maior participação nas audiências e Guaicuy encaminha ofício.
Incerteza sobre as águas de Três Marias afastou turistas depois do rompimento da Vale.
Dossiê sobre falta de fornecimento de água para pessoas atingidas é incluído no processo.
Record TV: Vizinhos do Rio Paraopeba, em MG, sofrem com a falta de água.
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