“Antônio Pereira tem uma história de vida muito forte e a Vale chegou aqui com a própria mineração, sem pedir licença para entrar na casa dessas pessoas”. (Roninho)
Os locais nos contam histórias, revelam o passado e indicam o presente. Andar pelo distrito de Antônio Pereira – localizado entre montanhas, rios e cachoeiras de Minas Gerais, aos pés da Serra Geral, a 16km de Ouro Preto -, significa rememorar o caminho construído e entender que o progresso não pode ser maior que as histórias, as culturas ou as vidas.
Desde os rompimentos das barragens de Fundão, em Mariana, e Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, a população de Antônio Pereira vive da incerteza do risco de rompimento da Barragem Doutor e dos impactos do seu descomissionamento.
“Com a chegada das mineradoras, elas acabaram com a nossa liberdade. Eu só espero que tudo isso seja revisto. Nós não consideramos que a Vale seja dona nem do lado de lá daquele rio, e muito menos, do lado de cá”. (Wilson)
São ruas inteiras sem moradores, poeira, barulho, incerteza financeira, amigos e familiares indo embora, impactos ao meio ambiente e ao patrimônio histórico, como conta o sr. José: “A gente se preparou para envelhecermos juntos com os amigos. Tem 35 anos que a gente tá junto, vizinho um do outro… Mas isso não vai mais acontecer”.
O Guaicuy foi o escolhido pela comunidade de Antônio Pereira para ser a Assessoria Técnica Independente que vai acompanhar as pessoas atingidas pela Barragem Doutor, da Mina Timbopeba, operada pela mineradora Vale.
A assessoria técnica é um direito conquistado pelas pessoas atingidas para promover um equilíbrio mínimo entre a comunidade e a empresa. O objetivo do instituto é estar ao lado das pessoas, garantindo a participação informada e lutando pela reparação integral para todas as pessoas atingidas.
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