Paraopeba
Andamento dos Estudos de Risco é questionado por pessoas atingidas em ofício
24 de junho de 2024
Ao longo do mês de junho, o Instituto Guaicuy se reuniu com lideranças do Baixo Paraopeba, do entorno da Represa de Três Marias e das margens do Rio São Francisco para explicar e tirar dúvidas sobre o Plano de Recuperação Socioambiental. O Plano está previsto no Anexo 2 do Acordo de Reparação Judicial e estabelece as ações de recuperação que deverão ser executadas pela Vale para gerar melhores condições ambientais para a Bacia após o rompimento da barragem da mineradora em Brumadinho.
“O objetivo da reparação socioambiental é que as pessoas voltem a ter qualidade de vida, levando em conta as especificidades de cada região diante dos impactos do desastre-crime. Nesse contexto, é muito importante que as pessoas atingidas possam atuar ativamente no controle social e, para isso, é fundamental que haja monitoramento das condições socioambientais”, explica a assessora de mitigação do Guaicuy, Paula Constante.
Os encontros aconteceram em Pompéu, Felixlândia, Abaeté e Morada Nova de Minas, com as Comissões de Pessoas atingidas das comunidades da região do Baixo Paraopeba, da Represa de Três Marias e também banhadas pelo Rio São Francisco. A equipe também se reuniu com os Povos e Comunidades Tradicionais (PCTs) do quilombo Saco Barreiro, em Pompéu, e da comunidade indígena Kaxixó, em Martinho Campos.
Para Viviane da Silva, integrante da Comissão CAPPA, de Paineiras, a recuperação socioambiental do território atingido é fundamental para que as próximas gerações possam desfrutar de qualidade de vida. “Eu sou agricultora e acho essa parte [reparação socioambiental] a mais importante, porque tá todo mundo preocupado com o dinheiro, mas quero que minhas filhas tenham um ambiente e água de qualidade. A gente vê que o peixe tá estranho, e se não preocuparmos com isso agora, nossos filhos é que vão sofrer e não vamos conseguir reparar”, afirma.
O Plano de Recuperação Socioambiental tem o objetivo de reparar os danos socioambientais causados pelos rejeitos de minério derramados na Bacia do Paraopeba, buscando o retorno a uma situação próxima às condições anteriores ao desastre-crime. Também tem o objetivo de reparar a saúde das pessoas prejudicadas.
Mônica Campos, supervisora de mitigação do Guaicuy, também destaca a importância do monitoramento ambiental constante. “No Plano foram levantadas poucas informações anteriores ao rompimento, de forma que a avaliação das alterações após o desastre-crime ficou prejudicada, indicando que vários impactos não ocorreram abaixo do barramento de Retiro Baixo [Pompéu]”, analisa.
Assista o vídeo para conhecer mais sobre ele:
Os encontros também aconteceram para que a equipe do Guaicuy pudesse indicar os caminhos para acessar as informações de meio ambiente e saúde do Plano. Atualmente, o Guaicuy elabora boletins periódicos com base nos relatórios que são apresentados pela Aecom, empresa responsável pela auditoria do Plano de Recuperação Socioambiental. E, em breve, será lançado um manual com o passo a passo do acesso às informações socioambientais disponíveis em todos os órgãos e atores envolvidos.
CONFIRA AQUI OS BOLETINS DE ACOMPANHAMENTO SOCIOAMBIENTAL
Veja como foram os encontros:
Paraopeba
24 de junho de 2024
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