Destacar os principais fatores de pressão que têm impactado gravemente o Rio das Velhas e visibilizar a necessidade de incorporar a revitalização do Rio na agenda político-institucional mineira são alguns dos objetivos da campanha “Rio das Velhas Eu Faço Parte”, encabeçada pelo Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas. A ideia é incentivar que movimentos socioambientais, pessoas e comunidades mostrem ao mundo que fazem parte da Bacia do Velhas e estão comprometidos com a sua recuperação.
De Ouro Preto à Várzea da Palma, da Nascente ao Rio São Francisco, o Rio das Velhas é feito por gente que se importa e que luta para a revitalização de suas águas e de seus afluentes. A campanha é uma convocação para que a recuperação do Rio seja feita para além dos limites municipais e geográficos e leve em consideração a noção difusa de bacias. Essa meta é fortalecida pelo trabalho ativo dos sub-comitês que ajudam com que a gestão das águas da Bacia do Velhas ocorra de maneira descentralizada, democrática e plural.
“Muitas vezes as políticas municipais têm um olhar do território do município e esquecem de enxergar a integração das bacias e ser muito além, do território municipal, então eu acho que é o momento da gente abrir muito o leque e começar a fazer uma campanha muito maior, com envolvimentos dos 51 municípios e do governo de estado no sentido da revitalização e de todas essas questões relacionadas ao saneamento, segurança hídrica e à segurança de barragens também, defendeu Ronald Guerra, vice-presidente do Instituto Guaicuy e conselheiro do CBH Velhas e no podcast “Momento Rio das Velhas”
Veja aqui o Manifesto do Comitê da Bacia Hidrográfica (CBH) do Rio das Velhas
Há mais de 20 anos, o Projeto Manuelzão colocou em destaque o lema de Nadar, pescar e navegar no Velhas. Esses objetivos conseguiram grande projeção nacional e importantes conquistas foram alcançadas com a Meta 2010 e a Meta 2014, principalmente nas alturas do baixo e do médio Rio das Velhas. Hoje, a campanha “Rio das Velhas Eu Faço Parte” quer fazer com que a recuperação do rio e de todos os seus afluentes volte a ser uma prioridade das agendas políticas e institucionais.
Rompimentos de barragens ameaçam a vida das pessoas, o equilíbrio das dinâmicas ambientais e a segurança hídrica da população. No Alto Rio das Velhas – de onde vem a água que abastece 50% da Região Metropolitana de Belo Horizonte – duas barragens com risco iminente de rompimento ameaçam a segurança dos mineiros.
Dentre os 21 municípios da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas não possuem coleta ou tratamento de esgoto. Além disso, 33% dos municípios não possuem destinação adequada para os resíduos sólidos e ainda utilizam os lixões para isso.
Em todo país,a sub-bacia hidrográfica do Rio das Velhas ficou em 7º lugar na perda de superfície de água, com uma diminuição aproximada de 40%. A diminuição da vazão do rio ameaça todo o abastecimento de água da Região Metropolitana de Minas Gerais.
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